UMA FAMÍLIA NORMAL
Dois primos cometem um ato de extrema violência que resulta na morte da vítima. Ao descobrirem, seus pais hesitam entre
aproveitar a posição econômica para garantir a impunidade dos filhos ou denunciá-los para que sejam responsabilizados.
Um conflito que permanece central nessa nova versão cinematografica dirigida por Hur
Jin-ho, de “O jantar”, livro de Herman Koch que já teve adaptação para as telas estrelada por Richard Gere. Ao longo da projeção, os personagens alteram suas normas de conduta e mostram que, nesse caso, as aparências enganam. Aquele de postura mais humanitária pode, ao final,se comportar
de forma menos ética do que o capitalista de
plantão. De um lado está o médico Jae-
(Jang Dong-gun), que prioriza salvar vidas;
do outro, o advogado Jae-wan (Sul Kyung-gu), que manipula a verdade para inocentar clientes . Eles são irmãos, pais dos jovens que espancaram um morador de rua e simbolizam uma juventude perversa, dissimulada, só interessada em levar vantagens imediatas. Esse é o resumo de um remake sul-coreano distribuído à imprensa que surpreende a cada instante … Com direção efetiva e surpreendente, a narrativa vai muito mais além … Os dilemas morais caem por terra onde soluções convenientes e necessárias se fazem presentes, impositivas e até mesmo questionadas até mesmo pela alma mais honesta e construtiva . O dilema das duas famílias, a disputa entre a mulher nova e a madura , o bullying na escola, as questões éticas hospitalares e as conveniências jurídicas … sutilmente temos esse caldeirão de inusitadas situações … Mais brando que “O Deus da Carnificina”… quem não lembra ? Uma situação inusitada entre alunos na escola, um dente quebrado e um tsunami num jantar … Uma família vai além … é profundo, denso, instigante e surpreendente … sim, sabiamente a direção nos conduz por caminhos onde uma cegueira provocada por mudanças abruptas e inesperadas nos levam a reflexões profundas e atuais … num mundo onde a empatia cede cada vez mais espaço para o egoísmo, egocentrismo e as constantes e pontuais conveniências, o filme nos aparece com uma luz em forma de reflexão … A narrativa por vezes lenta e contemplativa de algumas cenas que paradoxalmente entram em conflitos com algumas outras de impacto cortante e inusitado não deixam o roteiro enfraquecer ou atenuar sua real prerrogativa : fustigar e refletir… o título já diz tudo … Filmaço !!!
Corram pra ver !
Nos cinemas a partir de 01 de maio
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