domingo, 31 de julho de 2011





O Homem Que Não Dormia


Depois da “Avant Premier” em grande estilo na sala principal do Teatro Castro Alves entendi o título do novo filme do Edgar Navarro, cineasta baiano que admiro e que ao longo de sua trajetória nos brindou com surpresas, ainda que embaladas por um ou outro choque em nome do inusitado, do inovador.
Pois bem, depois do mediano Eu me Lembro, de contornos biográficos óbvios, eis que nos oferece O Homem que não Dormia que como inicio o parágrafo acima, agora entendo: Não dormia pelo pesadelo... Sim, a referida película é nada mais nada menos que um pesadelo, uma cocha de retalhos de tecidos de qualidade duvidosa, ainda que com fibras de primeira (o elenco).
Sou desde sempre incentivador das produções locais, dos artistas baianos, mas me reservo ao direito de não ser bairrista, se é bom admito, se não dou a mão a palmatória...
Costumo dizer que não existe filme ruim ou bom, gosta-se ou não deles, ainda que alguns consigam uma unanimidade sábia, ou até mesmo burra, como diria o falecido Nelson Rodrigues.
Navarro consegue ao longo de pouco mais que hora e meia desfilar uma meia dúzia de seqüência bizarras, que, se não chegam a chocar soam desagradáveis e de apelo gratuito... Algum motivo deve ter para enfileirá-las e editá-las, propondo com isso construir um longa. Mário Quintana costumava dizer que quando o poeta precisa explicar ao leitor seu poema, um dos dois é burro. Talvez seja o caso, por isso sinto-me o mais burro dos burros. Edgard, por mais admiração que nutra por você, desta vez não consegui te entender...
Locações primorosas (A Chapada emoldura totalidade das cenas), atores maravilhosos, e... um argumento sem pé nem cabeça...E digo mais, neste caso sem corpo também...
É com pesar que chego a esta conclusão... Quisera poder, e sempre quero, tecer comentários elogiosos e eloqüentes a cada produção baiana que me é acessível, aliás esta aí Os Filhos de João, que não me deixa mentir... Com toda “porraloquice” (perdão para a expressão) é um belo painel, traçado com afeto e maestria, de parte da história da música baiana.
Como se não bastasse a surpresa com a película, a série de equivocados protestos, palavrões e manifestações desnecessárias, ovacionadas com os inexpressivos e repetitivos UH! UH!, de uma platéia formada quase que em sua totalidade por estudantes pseudo-itelectuais equivocadamente, achando-se politicamente atuantes nas reivindicações(ao poder público) por apoio e mais verbas para a cultura e em especial para a produção áudio-visual na Bahia, reivindicação que, sinceramente, para apoio a produções daquele quilate soam desnecessárias, ao menos na avaliação de pessoas sérias e criteriosas.
Uma noite que tinha tudo para ser estrelar, apesar de chuvosa. Voltei pra casa com a sensação que dela não deveria ter saído.

Em tempo: Entrando em circuito comercial, tentem ver o filme, ao menos agora não terão tanta surpresa. E boa sorte para chegarem até o final.

Festival de teatro apresenta espetáculos a preços populares - Notícias - SEI Eventos - Salvador Bahia



Festival de Teatro apresenta espetáculos a preços populares.






Vamos ao TEATRO! Neste período (03 a 28 de agosto) Salvador oferece um banquete para os sentidos num Festival ímpar, pelo primor na qualidade dos espetáculos selecionados. Confira:




Salvador vai sediar a primeira edição do Festival Bahia em Cena, de 3 a 28 de agosto. Espetáculos teatrais serão apresentados em oito espaços culturais da cidade, com o preço de R$ 10 (inteira).Além das peças teatrais, o festival também terá debates, palestras e diversas ações de formação de público e fomento ao teatro. Entre as peças que participam do festival, estão as premiadas Sebastião, Uma Vez Nada Mais, As Velhas, Pólvora e Poesia, O Melhor do Homem, Os Sonhos de Segismundo. O público infantil também foi contemplado na mostra, com a peça de teatro de bonecos e sombras O Pássaro do Sol.Ainda terá a estreia do monólogo Sargento Getúlio, baseado no livro de João Ubaldo Ribeiro escrito há 40 anos. Escrita e dirigida por Gil Vicente, a peça homenageia o escritor baiano que completa 70 anos. O ator Carlo Betão vai interpretar o personagem principal.
Confira a programação completa:




As Velhas
Sinopse: Direção de Luiz Marfuz, texto de Lourdes Ramalho. Vencedora do Prêmio Braskem de 2010 na categoria melhor atriz (Andrea Elia). Conta a história de duas mulheres que lutam por suas terras, maridos e filhos, numa espiral de vingança e solidariedade, que termina por revelar a beleza trágica do sertão. Dramas passionaisvividos em meio à secura da terra, entre a impotência ou revolta para mudar a realidade.
Local: Teatro SESC Pelourinho
Horários: Sextas e Sábados, às 20h



* Peça Premiada - Andréa Elia (melhor atiz)

O Pássaro do Sol (infantil)
Sinopse: O conto que dá nome ao espetáculo é uma versão da lenda indígena da descoberta do fogo e narra a história de um jovem guerreiro que é transformado em pássaro para ir ao céu roubar as chamas do palácio do sol. A montagem investe no teatro de sombras animadas, com inúmeras figuras do imaginário indígena brasileiro.
Local: Teatro SESC Casa do Comércio
Horário: Sábados, às 16h Domingo, às 11h

Os Sonhos de Segismundo
Direção: Luis Alberto Alonso.
Sinopse: Trabalho intertextual inspirado nas obras Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez, A Vida é Sonho de Calderón de la Barca, Obras Escolhidas de Eduardo Galiano,Literatura de Cordel e o Universo literário de Jorge Amado. Seis trovadores se reencontram na sua cidade natal, Macondo, da qual tinham emigrado e percebem que a cidade está seca e morta. Eles descobrem que o príncipe está preso numa torre, vítima de um jogo de Poder, e fazem uma Revolução.
Local: Cine Teatro Solar Boa Vista
Horário: Sábados e Domingos, às 20h

Sebastião
Direção e texto: Fábio Vidal.Um Nordestino, chamado Sebastião, vê-se envolvido em uma trama de perseguição depois que participa do saque de um avião que caiu com R$ 5,6 milhões. Devoto de Padre Cícero, viciado em jogos e totalmente endividado, ele por obra do acaso, recebe um tesouro dos céus que acaba sendo o motivo de sua tragédia. Esta encenação constitui-se de uma teatralização de dados e fatos verídicos, que acontecem quando uma aeronave se espatifou nas terras de Maracangalha (na Bahia), em 2007.
Local: Teatro SESI Rio Vermelho
Horário: Sábados e Domingos, às 20h

Uma Vez Nada Mais
De Hebe Alves. Com Aícha Marques e Maria Menezes.No palco, duas mulheres: de um lado, a costureira humilde e sonhadora, cujo amor não é correspondido. Do outro, sua cliente, uma noiva glamurosa prestes a concretizar sua felicidade. Aos poucos, elas descobrem que tem mais em comum do que pensam, compondo uma divertida tragédia amorosa.
Local: Teatro Jorge Amado
Horários: Sábados, às 20h Domingos, às 19h



* Atriz premiada : Aícha Marques

Pólvora & Poesia
Direção: Fernando Guerreiro. Texto: Alcides Nogueira.Pólvora e Poesia retrata um confronto entre a razão, a paixão e a vida desregrada de Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, dois poetas transformadores de seu tempo, vividos pelos atores Talis Castro (Rimbaud) e Caio Rodrigo (Verlaine). Deste conflito, nasce um amor tempestuoso, marcante e intenso.Vencedor do Prêmio Braskem de Teatro 2010 nas categorias Direção e Melhor Espetáculo.
Local: Centro Cultural da Barroquinha
Horário: Sábados e Domingos, às 20h



* Peça Premiada - Melhor Direção e Melhor Espetáculo

O Melhor do Homem
De Djalma Thurler.O Melhor do Homem se passa em Manhattan, nos Estados Unidos, e fala da relação marginal, sexual, fascinante e excitante entre dois homens ex-presidiários. Os personagens Dean e Skyler instigam a sociedade a compreender a sexualidade como fenômeno cultural e histórico e a discutir a construção de identidades. O Melhor do Homem também volta seus olhos para os losers da sociedade americana, para as margens , espaço possível para transgressões e errâncias.
Local: Teatro Molière (Aliança Francesa)
Horário: Sábados e Domingos, às 20h

Sargento Getúlio
De Gil Vicente Tavares. Com Carlos Betão.Conta a história de Getúlio, um rude sargento que tem a missão de levar um prisioneiro, que é inimigo político de seu chefe de Paulo Afonso a Aracaju. No meio do caminho, em virtude de uma mudança no panorama político, o sargento recebe a ordem para soltar o prisioneiro, mas devido a seu temperamento avesso às mudanças, ele decide terminar a missão que lhe foi confiada, mesmo que tenha de matar para completá-la.
Local: Cine Cena Unijorge (shopping Itaigara)
Horário: Sábados e Domingos, às 20h



* Peça inédita
Fique atento: Espaço novo na cidade, mais um motivo para conferir!
** Foto que ilustra a matéria : Jussara Mathias em "As Velhas"



Fonte: A Tarde, acesso em 22 de jul de 2011.

terça-feira, 12 de julho de 2011



Fino Saber


Ontem a noite estive na varanda da Lícia, onde teve inicio o projeto Fino Saber, que desde já é uma fina ideia!
Iniciativa muito bacana, com abordagem bastante pertinente, além de, primar pelo inusitado, sobretudo, o aconchegante e belo local... Fico imaginando este projeto nos fins de tarde do verão... Será alimentação dobrada, para a alma e para os olhos.
Falar dos projetos da Lícia Fábio é chover no molhado, mas vamos lá, se faz necessário.
O evento transcorreu o mais informal possível, não excluindo é claro o receber bem, marca registrada da anfitriã. Estavam lá formadores de opinião, jornalistas, escritores, cantores e cronistas sociais, aliás, um seleto grupo privilegiado com momentos de raro prazer e principalmente aprendizado, sim, porque ouvir o mestre Nelson Mota é enriquecer o cabedal de conhecimentos, compartilhar bons e divertidos momentos, sem falar nos inusitados fatos, uma vez ele privilegiado pela posição que ocupa e bom relacionamento que mantém com as feras da MPB... É um poço de cultura ambulante de uma generosidade sem igual.
Falar do criador da Bossa Nova não é tarefa fácil, mas o Nelson tira de letra, tal a sua sapiência e seu profundo conhecimento musical, social e, sobretudo, de sua experiência como produtor ao longo de sua trajetória na música popular brasileira.
Generosamente traçou um perfil do João, dividindo com os ouvintes acontecimentos e fatos folclóricos pontuados por belas canções década a década. Um perfil cronológico rico, esclarecedor e carinhoso fruto da lenda que se tornou o pai da Bossa Nova, grande João Gilberto.
Uma noite pra não esquecer. Longa vida ao projeto e as boas e belas ideias da Lícia Fabio produções.