quinta-feira, 23 de novembro de 2023


 

NAPOLEÃO

 

Filme mais aguardado do ano (afinal um super projeto do Ridley Scott) depois de todos os percalços causados pela greve recém terminada, estreia em meio a uma crítica especializada dividida, muita polêmica e uma torcida para essa opinião mude com o lançamento do corte para streaming onde terá 90 minutos adicionais, uma duração inviável para os estúdios e distribuidores nas salas de cinema.  Com roteiro de David Scarpa,  as estrelas de luxo Joaquim Phoenix e Vanessa Kirby encabeçando o elenco, cenários deslumbrantes e cenas de batalhas espetaculares NAPOLEÂO ainda nos deixa muito a desejar... É sabido do desejo de Stanley Kubrick nos brindar com uma versão fenomenal que nunca saiu dos sonhos,  dos projetos, quem sabe fruto de uma preocupação história e receio de todo folclore que envolve uma figura tão polêmica...... Havia portanto a esperança com essa versão do Scott, que atolado em licenças poéticas, nos causa muita estranheza, sem falar nos riscos que incorrem narrativas desse porte no imaginário popular e seu comprometimento ao entrar em choque com os fatos de fato históricos, ainda que ele nos diga, do alto de sua vaidade, que pouco se importa.  Não há nessa narrativa nada de profundo, nem mesmo uma espécie de analise ainda que pouco profunda personalidade do Napoleão e dos motivos que o leva, de fato, a sede de tantas conquistas. Assim como também, pouco vemos do acalorado romance em meio a muitas traições, um dos focos importantes em sua trajetória. Do acalorado romance o que vemos são cenas de um sexo beirando o automático (Josephine acaba por se tornar um deposito de esperma frente ao enlouquecido de Napoleão engravida-la, sem êxito) e nenhuma grande evidencia de verdadeira paixão, separados, no entanto, enquanto em pensamentos e cartas essa química talvez se revele muito mais. Centrando seu foco na série de batalhas (Fique atento as de Toulon e Austerlitz, as melhores) muito bem coreografas e capturadas, em detrimento de uma cor acinzentada e sem vida (e intencional), e numa série de cenas que beira a comédia pastelão, a primeira hora não empolga, é até meio enfadonha.... As atuações, no entanto,  estão acima da média. O Napoleão de Joaquim horas atormentado, horas bobo, horas apaixonado oscila nessa tríade mas consegue o devido equilíbrio e não faz feio. Aos 85 anos e com todo fôlego Scott nos mostra toda sua criatividade e energia (ainda envolvido em GLADIADOR II, outra grande expectativa) conseguindo grande feito a cada direção (O ÚLTIMO DUELO é prova viva disso), mas fica ainda nos devendo uma obra prima, expectativa gerada a cada estreia...

Nos cinemas a partir de 23.11

Ficha Técnica:

Título: NAPOLEÂO

Direção: Ridley Scott

Roteiro: David Scarpa

Elenco: Joaquim Phoenix, Vanessa Kirby, Liam Edwards