quinta-feira, 21 de junho de 2018



JURASSIC  WORLD

Sequência do  JURASSIC WORLD de 2015 se não impressiona ou surpreende, ao menos não decepciona... Confesso que o Spielberg na produção me ajudou um pouco a encarar... Num  tremendo esforço para oferecer algo palatável, em meio as continuações anteriores os roteiristas lançaram mão de erupção vulcânica,  comercialização de animais e concepção de nova espécie em laboratório... Bem, com um coquetel deste bem amarrado há de se conceber ao menos algo interessante... E foi feito...  estão lá todos os efeitos de última geração, o vilão cruel, o sujeito bem intencionado e, sim, como faltar, a criancinha, figurinha repetida nos trabalhos de Spielberg  que dá um toque de humanização... Convenhamos, fica até bacaninha, mas cheira a obra requentada, como de fato é o carma de todas as franquias que ao não ter mais o que contar se propõe a contar “níquel”, perdão ... caçar níquel...  A película tem no elenco o carismático Chris Pratt,  James Cromwell, correto... 
O roteiro centra a ação no santuário de dinos, ameaçado pelo capitalista Mills que tenciona trazer os animais para comercialização entre traficantes e criminosos... O casal se junta a criança çara salvar os bichinhos e devolve-los ao santuário evitando assim a extinção.
É um filme ágil, que na primeira meia hora soa um pouco lento e explicativo, mas na segunda hora recria todo o clima de ação e embate entre os bichinhos e os humanos de maneira  equilibrada e, a exceção de cenas repetidas, consegue manter o equilíbrio e  causar certa tensão.
Ficha Tecnica
JURASSIC PARK: Fallen Kingdom
2018
Direção:  J.A. Bayona
Gênero: Ação
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Geraldine Chaplin, Jeff Goldblum  dentre outros
Produção: Frank Marshall, Patrick Crowley e Belem Atienza


DESOBEDIÊNCIA

O roteiro é um primor...  A história da mulher que perde o pai, rabino uma comunidade judaica, retorna a cidade e com este retorno resgata relação com amigos, parentes, comunidade e com uma velha amiga. A relação com esta ultima vai além de uma amizade e mexe com os valores e crenças,  estremece as relações familiares e causa a desobediência .
O diretor chileno Sebastian Lelio já nos deu o excelente MULHER FANTÁSTICA, volta desta vez dirigindo (sua estreia na língua inglesa, com louvor!) as ótimas e irretocáveis Rachel Weisz (Que também produz o filme)  e Rachel  McAdams, uma dupla de excelentes atrizes que compõem personagens contidas e sofridas, de poucas palavras e muito sofrimento...  A fotografa  Ronit(Weisz)  rouba algumas das cenas  e em meio a um cenário praticamente monocromático  embalado por uma trilha forte e marcante  nos brinda com momentos de tenção e dor de uma verdade pouco vista no cinema...  Já a contida e recatada Esti, cresce e desabrocha ... As duas protagonizam as mais belas e sensuais cenas entre duas mulheres já vista no cinema... A beleza e a sensibilidade que a direção consegue construir nos momentos de maior tensão e sensualidade entram desde já para a história do soft erotismo,  um primor...
O filme começa nos falando de livre arbítrio, discurso inflamado do rabino um pouco antes da morte, e é nessa premissa que a história evolui  e  nos leva a questionamentos diversos.  É  bacana ver temas tão pertinentes e necessários serem abordados com equilíbrio e sensibilidade: Conservadorismo, padrões impostos por uma religião exacerbadamente limitadora e castradora de desejos...
A chegada de Ronit incomoda tudo e todos. A ovelha negra da família que até conseguiam esconder se mostra e se impõe, ainda que timidamente...  A direção do Lelio prima pelos detalhes,  as vezes sugeridos, as vezes insinuados...  Longe de qualquer ação explicita ele prima pela delicadeza dos atos, dos olhares, dos toques, das poucas mas,  incisivas palavras...  A proposta que nos traz é de discussão acima de tudo, de questionamento enquanto  se aprofunda sem julgamento de questões arraigadas de um judaísmo ortodoxo e suas tradições...
O filme nos envolve numa tensão ilimitada, nos leva a um universo distante e inimaginável, no entanto real... São estas as questões que o fazem mais belo, maior, mais sutil e leve, apesar da dor... São tantos os questionamentos,  e todos eles acabam por se resumir na tal mensagem inicial! Um primor! Um dos maiores e melhores filmes deste ano, acreditem!
Ficha Técnica:
Direção: Sebastián Lélio
Elenco: Rachel Weisz, Rachael McAdams, Alessandro Nivola
País de Produção: Irlanda/Reino Unido/EUA

domingo, 10 de junho de 2018




         OITO MULHERES E UM SEGREDO


Versão feminina das cultuadas versões de 11 HOMENS E UM SEGREDO, alterou o numeral e a fórmula...

A premissa de 11 Homens... é o grande e bem orquestrado assalto, o grande pulo do gato que se solidifica com a junção de talentos diversos em prol do sucesso do golpe... Aqui os meliantes são de grife, possuem know how apurado, formação erudita e muita, muita classe... Já nesta versão, bem não são tão surpreendentes assim...
Pois bem, a versão feminina, que tinha todos os pre e pós requisitos para emplacar, nada, nada e morre na praia... Contando com elenco estrelar de luxo, pouco visto em outras produções, infelizmente não teve o roteiro que o consagraria... Capenga e morno, o roteiro, ainda que com boas e antológicas composições, não conseguiu decolar e fazer frente aos mocinhos...


Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway e Helena Bonham Carter ( aqui mais uma vez fazendo o papel de... Helena Bonham Carter ) se esforçam mas a narrativa não ajuda, a premissa poderia ter sido até das melhores, as intenções ainda maiores, no entanto o diretor Gary Ross, bem intencionado até que tenta, mas o roteiro lhe foi ingrato... Faltou-lhe um clímax, uma sucessão de surpresas e criatividade no desenvolver da trama que poderia ser mais dinâmica e articulada... A sensação que nos fica é de frustração... Previsível desde as primeiras cenas, o elenco estrelar não consegue amenizar, perdendo assim uma boa e garantida oportunidade de mostrar a força do poder feminino, em tempos politicamente correntos, tão explorados a exaustão, diga-se de passagem, em situações nem sempre pertinentes...

A presidiária vivida por Sandra Bullock, aqui bela e esforçada, reúne um elenco de picaretas e espertas parceiras em suas especialidades objetivando o grande roubo que lhes dará uma guinada na vida... Ate aí nenhuma novidade... Esperava-se portanto, maior agilidade, criatividade e, sobretudo inovação, o que não acontece tamanha a previsibilidade... Em meio a um desfile de marcas e um universo fashion de matar de inveja produções de mulherzinha articulada, o que deve ter garantido boa parte do orçamento da película, e uma trilha sonora mediana, 8 MULHERES não decepciona, mas no entanto não surpreende ou arrebata... Salvo pelas atuações sempre corretas do trio absoluto (Sandra Bullock, Cate Blanchett e Anne Hathaway), motivo mais que coerente para assisti-lo é apenas um bom entretenimento de luxo, prejudicado por um roteiro morno e previsível... no entanto, necessário aqui reforçar, entretenimento de luxo!
Ficha Técnica:
Oito Mulheres e Um Segredo (Ocean’s Eight) – EUA, 2018
Direção: Gary Ross
Roteiro: Gary Ross, Olivia Milch
Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Rihanna, Sarah Paulson, Mindy Kaling, Awkwafina, Dakota Fanning, Richard Armitage, James Corden
Duração:
120 min.