terça-feira, 30 de outubro de 2018

BOHEMIAN RHAPSODY certamente dividirá opiniões ... Antes de qualquer coisa é o filme do Rami Malek, que aliás também brilha em PAPILLON...
O Queen foi uma banda extraordinária que fez um sucesso extraordinário e seduziu milhões de fãs com seu rock eclético e a luz singular de Freddie Mercury, o que faz deste portanto, quase a sua biografia, alma incontestável do filme ...
Fotografei o show do Mercury no primeiro Rock in  Rio, um festival que jamais se repetirá, não com aquela constelação estrelar ... e o Queen fez história numa noite de chuva e lama... Ainda guarda na memória a cena singular do Mercury envolto na bandeira do Brasil regendo um coro de 270 mil pessoas no dia 11 de janeiro de 1985... ao som de Love Of my life... inesquecível ...
O filme, que conta com a participação irretocável do Malek no entanto talvez peca por ser uma narrativa muito normal ... Contando com um elenco equilibrado, uma fotografia pertinente e uma reconstituição de época regular, talvez lhe falte ousadia, a ousadia que Freddie Mercury usou e abusou (e como abusou ) no palco e fora dele ... Com holofotes centrados quase que unicamente  em Freddie, o filme nos brinda com grandes e inesquecíveis momentos, friso aqui, onde ele rouba completamente a cena...  Algumas curiosidades nos são reveladas, de forma sútil e econômica, na narrativa não há exageros  ... Bem acertada as cenas quase que veladas da vida íntima e promíscua que Freddy levava, pertinente e respeitosa, o que não torna ainda assim, uma narrativa chapa branca...
Gostei muito do que vi! É emocionante alguns trechos dos shows, a apresentação no Live Aid por exemplo, meses após o Rock in Rio é de uma beleza singular ...
Estão lá todos os sucessos, apresentações memoráveis , entrevistas polêmicas, a difícil relação com a família e a solidão ... Com essa linha de argumento o filme tenta traçar a trajetória de uma grande banda e seu vocalista, muito maior ...
São 135 minutos que passam rápido( e acho pouco) onde uma viagem no tempo para os fãs de carteirinha, que certamente umedecerão os olhos, será inevitável ...
Sai da sala voando pra casa pra ouvir tudo do Queen, num misto de alegria e tristeza pela falta que o Freddie nos faz ... E ele nos deixou tão jovem !!!
Ficha Técnica:
Direção : Bryan Singer
Elenco: Rami Malek, Mike Myers, LucyBoynton, Ben Hardy entre outros

Duração : 135minutos

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

NASCE UMA ESTRELA ...


NASCE UMA ESTRELA chega a sua quarta versão ... Nas duas primeiras víamos um casal de atores vivendo o drama, onde o famoso descobre a estreias  em ascensão e s impulsiona vendo-a crescer à medida em que sucumbe só fracasso ... neste caso o cantor famoso que perde a batalha para o álcool e as drogas, nesta versão vivido pelo Bradley Cooper que atua e dirige com sabedoria e sensibilidade evitando o melodrama barato e de apelo fácil ... A versão parece concebida para Lady Gaga brilhar... Longe descer padrão de beleza e talento, Gaga não decepciona... Canta e atua de maneira equilibrada , compondo com o Cooper algumas das belas canções que embalam o calvário do casal, cuja história já sabemos...
Não vejo grande química ou uma paixão muito avassaladora dos dois ... Nao me passou uma força extraordinária esse amor é sim, uma relação de admiração mútua e sobretudo, cumplicidade, ainda que sem o esperado romantismo exacerbado... Sabiamente Cooper dosou bem as cenas e deu espaço suficiente para Gaga brilhar, inclusive quando a mostra sem os exageros de figurino e maquiagem tão comuns a meteórica carreira da cantora ... Vemos aqui uma Gaga de cara limpa, comedida e por vezes fotograficamente bem mais bela do que na realidade o é... A atualização da trama que , em  momento de Ápice na carreira da cantora  em ascensão chega a derrapar no lugar comum e mostrá-la como uma superstar padrão é exagerada, mas não o compromete como um todo, uma vez que sua performance e seu visível talento é maior que qualquer clichê ... Confesso que esperava mais, no entanto atuação de Cooper impressiona, dia direção nos mostra que tem futuro e ver Gaga de rosto lavado um achado( sem falar na bela e pertinente fotografia, a luz e seis tons são primorosas e pertinentes) bons e merecidos motivos pra ver o filme que vem causando alvoroço por onde passa e já firmando-se como potencial candidato a varias categorias na corrida rumo ao Oscar, aliás um prato feito para as indicações e premiações que a academia adora e já viraram clichê !
Ficha Técnica :
NASCE UMA ESTRELA
Direção :Bradley Cooper
Elenco : Bradley Cooper, Lady Gaga, Sam Elliott entre outros

quinta-feira, 4 de outubro de 2018



VENOM
Uma nova aposta da Marvel, VENOM não foge a regra, reza na cartilha do maniqueísmo, aposta num caprichado vilão e nas estrelas : Tom Hardy( que além de atuar também produz) e Michelle Willames, ambos excelentes e carismáticos atores.
Jornalista investiga trabalho de cientista que utiliza cobaias humanas em experimentos (simbiose)... Em meio a trilha de investigação, acaba ele mesmo vitima destes experimentos...  Certamente alguns amantes dos quadrinhos não verão com bons olhos as alterações que se transformaram no grande mote do roteiro e atribuem ao herói maior liberdade, afinal nos quadrinhos  Venom é antagonista do Homem Aranha... Mero detalhe.                                                                                        
Aqui a síntese não é muito diferente do que rege a cartilha das  grandes produções de franquias de super-herois.... Muito efeito, confrontos e destruição, e, agora a bola da vez: Uma pitada de humor, afinal, ninguém suportava mais tanta pancadaria... Neste caso em especifico, vejo um pouco exagero, o que certamente será amenizado na sua, já esperada continuação... Uma certa mistura( a ação e algumas loucuras do herói, ou anti-herói, se assim o queiram) compromete um pouco a narrativa.
Aviso aos navegantes: não saiam da sala antes do término dos créditos, uma surpresinha(nem tanto assim, afinal já virou lugar comum)os aguarda.
Ficha Técnica:
Direção: Ruben Fleischer
Elenco: Tom Hard, Michelle Willams, entre outros
País: Estados Unidos da América                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

terça-feira, 2 de outubro de 2018



PAPILLON

Tenho algumas restrições quanto aos remakers, a esmagadora maioria acaba por se tornar indispensável  por não acrescentar nada a obra original... Trinta e cinco anos depois eis que nos chega uma versão de PAPILLON (Borboleta em francês) , e que versão... Guardando as referencias essênciais e acrescentando foco numa abordagem diferenciada sem descaracteriza-lo, o filme é um primor... Bela fotografia, trilha pertinente(sem exageros dramáticos) e elenco impecável e carismático, que, com olhar mais profundo não ofusca mas chega bastante próximo de seu elenco original... A história do condenado injustamente, seu calvário num presidio desumano na Guiana Francesa  e sua fuga espetacular continua a encantar e emocionar... E  como emociona...
Com direção  competente do dinamarquês Michael Noer, que conta com Charlie Hunnam e Rami Malek, numa química de raro teor, um roteiro bem desenvolvido e uma clara opção por privilegiar a amizade e a lealdade, a  releitura pouco fica ao dever a original. Limando algumas cenas cômicas e dispensáveis, evitando maior destaque a símbolos religiosos e  centrando o foco na construção de uma relação onde a lealdade e amizade nascem de modo improvável, o filme cresce e emociona... A bela e pertinente fotografia dos créditos ao final é outro achado que nos prende atenção...
Rami Malek, num bom e iluminado momento   constrói um personagem com características próprias que não se distancia do personagem da versão original, nem tão pouco lhe rouba trejeitos batendo uma bola muito bacana com o Charlie Hunnam, que nos brinda com um Papillon de nuances encantadoras que absorve o drama e num evolutivo sofrimento e crescimento interior  chega ao final com bela e edificante mensagem, toda ela calcada em meio a significativos silêncios e postura ... Ao longo da narrativa as palavras perdem sentido e o silencio fala mais alto... Aqui a lei do menos vale mais se aplica com louvor!
Desnecessário aqui citar as alterações nas cenas finais e boa alternativa, ainda que já vista, medidas que não lhes tiram o mérito. A primeira versão de Papillon já deve ter nascido clássica e assim o continuará a ser, Noer nos oferece uma oportunidade (para aqueles que viram a primeira versão)  de ver a obra por um viés mais humanitário, realista e edificante!
Ficha Técnica:
Titulo: PAPILLON
Direção: Michael Noer
Elenco: Charlie Hunnam , Rami Malek  entre outros
Duração: 133m