segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011











Oscar 2011 ... Mais Fotos da Turma!!!!!















OSCAR 2011





E mais uma vez Os Amantes da Sétima Arte se reúnem pra juntos assistirem a transmissão de entrega do Oscar... Foi uma noite tranquila, divertida e compartilhada! O bolão como sempre rouba a cena, os premiados, bem os premiados sempre são um motivo de discussão, de defesas rasgadas, de decepção incontida... Este ano foi meio diferente, com uma quase que proposta renovação de toda a turma, de diretores a técnicos, foi um ano de inovações em todos os sentidos, o que para os mais saudosistas ficou uma sensação nostálgica: cadê o Clint, o Spielberg, o Allen, dentre outros... A safra de 2010 foi dos grandes talentos a despontares ora com projetos autorais nem sempre bem vindos ou valorizados, ora incensados ao extremo. Mas valeu! No balanço geral foi uma momento bacana de confraternização, e sobretudo uma forma simples e inusitada de trazer o cinema mas pra perto, além de trazer mais pra perto, uns dos outros, amigos distantes no dia a dia, nesta noite tão presentes!

Destaques da noite: César Romero e Sonia... Oscar de alto astral e simpatia da Noite! Thiago Abreu Oscar de revelação cinéfila! Gal levou pra casa o Oscar de inusitada surpresa. Arthur de Coadjuvante mais bacana e a turma inteira de Galera mais legal que agente possa sonhar pra ter por perto! Um obrigado caloroso pela presença de todos! 2012 tem mais!!!!!Confiram as fotos!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

César Romero: pertencimento e fé

Matéria circulada no Correio em 20.02.2011


O Espaço Cultural Boteco do Zé, antigo Extudo, localizado no poético bairro do Rio Vermelho, traz exposição fotográfica de Mário Edson intitulada Iemanjá – Encontro nas Águas do Mar, curada por Conceição Paiva. Segue próximo sábado. A mostra é resultado de oito anos de pesquisa, sobre a cultura baiana, em especial sobre o Presente da Mãe D’Água, neste mês dedicado a Rainha do Mar.Mais um grande artista a expor num espaço alternativo de Salvador, que tem sido de grande valia no escoamento de nossas produções. A “nobreza intelectual” destina seus espaços à especialistas em tramitar papéis e artistas destinados ao apreço pessoal e vantajoso.
A expo consta de vinte e duas fotos em preto e branco, nas dimensões 30x40 cms, em que o artista ressalta em cores apenas as oferendas, em meio as pessoas e o ambiente onde se inserem. Seu propósito principal é revelar a força da fé que é inserida em cada presente nos balaios, flores, perfumes, miniaturas de orixás e tantas outras. Uma maneira de explorar a força desta devoção, deste credo.
O resultado é de grande sutileza, os elementos destacados em cor, fazem um contraponto com o preto e o branco numa releitura do mundo real, pois enxergarmos colorido. A cor e as não cores estabelecem um diálogo de oposição numa mesma imagem. Algumas fotos são de direta simplicidade, onde se reconhece os grandes planos. Outras de sofisticada leitura, quando tempo e espaço beiram a metafísica.
A festa de Iemanjá é um espaço múltiplo de convivência que o fotógrafo capta em pluralidade, no transitório de apenas um dia. Há também um regionalismo endógeno, que vem de nossas características predominantes de lugar, pertencimento e ocorrências culturais bem definidas. Registre-se o conteúdo humano da festa e o significado de raiz popular. Também a fixação de nosso patrimônio cultural imaterial e manifestações intangíveis de nosso povo, especialmente a valorização dos costumes de religiões de matrizes africanas. Mário Edson mergulha nestas questões em forma de tributo, buscando eternizar momentos. É importante perpetuar manifestações como esta a seu processo evolutivo, como referência histórica e documental.
As fotos de Mário Edson tem ritmo próprio, estas transcrições da Festa de Iemanjá podem parecer batidas, desgastadas. Mas não é. Batidos e desgastados pode ser o olhar de alguns, que não sabem ver além do óbvio, cegos de intuição e do sensível. Seria vedado aos artistas trabalharem a figura humana ou a natureza? O tema é pretexto para criadores buscarem sua forma pessoal e intransferível de ver o universo nas suas mais diversas possibilidades. Simplório dizer que em 6.000 anos de poesia ainda se fala de amor. Muitas vezes de forma originalíssima como o fez em 1963 no livro Paranoia, o poeta paulistano Roberto Piva.
O “como” fazer e “dizer” é o que interessa. A subjetividade é o que confere um caráter inovador, uma nova aparência para o que já foi visto.
Estamos envoltos no mundo, sentimos as coisas diferentes, em instantes vários. Cada indivíduo, que forma a sociedade, tem seu modo particular perceptivo. Nossa forma de pensar, sentir e atuar são narrações trazidas da infância na magia fantasiosa do real. O que seria o real? Uma interpretação singular de casa sistema de pensamento, ilusões e crenças? Somos quantos em cada momento diferente? O real poderia ser nosso eu reposicionado. O uno é uma busca interminável. Assim Mário Edson traz outro efeito de verter a Festa de Iemanjá, como um intérprete que transmuta uma velha canção.
Comenta-se que no ano de 1923, houve grande diminuição de peixes na vila de pescadores do Rio Vermelho. Buscando ajuda saíram ao mar no dia 2 de fevereiro para presentear a deusa, que retribuiu em fartura. Desde então os pescadores repetiram o ritual que se transformou numa das festas mais populares da Bahia, trazendo ao bairro uma multidão de fiéis. Balaios com presentes, flores e bilhetes com pedidos são atirados ao mar, levados por cerca de 250 embarcações, acompanhando o saveiro (nave principal) que leva as oferendas dos pescadores à frente do cortejo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011


Um Convite para cinéfilos ou não para a noite mais especial do cinema mundial, sendo ou não comercial, ainda é a maior delas!!!!




























OSCAR 2011














Os dez filmes que concorrem ao Oscar 2011 guardam uma diversidade inusitada, num panorama de qualidade poucas vezes visto, intecional ou não tem um pouquinho de tudo... Independetemente disso é de uma beleza sem par... A começar pelo capricho nas imagens que ilustram seus cartazes. Abaixo exemplo deles, os melhores.

127 HORAS

Assistir 127 Horas é uma experiência ímpar e inusitada... Esqueça todos os comentários que você ouviu até agora e toda a boataria da escatologia. É um filme denso, um pouco forte para aqueles mais sensíveis, mas com toda certeza um filmaço, termo que costumo usar para me referir aqueles filmes que mexem comigo, que me fazem pensar e hesitar em levantar da cadeira quando é terminada sua projeção. Filme bom é assim, acaba e você fica meio desorientado, é como se não tivesse pernas para levantar. A história já é bastante conhecida: Esportista radical sai em trilha sozinho sem avisar a ninguém sofre acidente e fica a mercê da própria sorte preso a uma pedra, que cai e esmaga seu braço, obrigando-o a fazer amputação para se libertar.
O premiado diretor Danny Boyle (Quem Quer Ser Milionário) mais uma vez inova, sedimentando seu espírito elétrico e inquieto nos oferece um banquete para os olhos( a montagem do filme é uma aula ) e a alma, fazendo da via crusis de seu protagonista, aliás único ao longo de toda a narrativa, uma viagem ao interior de cada um nós. O filme tinha tudo para ser mais um do mesmo, um lugar comum... Cenário inóspito, narrativa lenta e arrastada, e principalmente o tédio do monólogo... Sabiamente Boyle driblou tudo isso, mostrou o cenário de uma beleza sem igual (injustamente não indicado ao Oscar de Fotografia), a narrativa de uma dinâmica invejável (quando nos damos conta, é como se estivéssemos, apenas nós e o James Franco, tamanha a cumplicidade que se estabelece ao longo da narrativa), músicas bacanas para embalar cada cena, fazendo com tudo isso a receita do filme perfeito, sem o menor exagero.
Acreditar no talento de James Franco e apostar todas as fichas do filme nele foi o achado e maior mérito desta produção, e a prova cabal disso é a estranha e irretocável semelhança entre o ator e o personagem, ao aparecerem no final do filme.
A trilha sonora é uma beleza a parte, pontua cada momento na intensidade correta e, no
pulsar de cada um acorde dialoga com o protagonista, como se lhe fizesse companhia, tamanha sua solidão e desespero. É um filme apaixonante de se ver chorando, se deparar sorrindo e chegar a conclusão que lutar pela vida sempre valerá a pena, desde quando se tenha sonhos, motivos, planos, convicções e certezas.

Mário Edson
25.02.2011


Bruna Surfistinha


Confesso que fui ver o filme por pura curiosidade mesmo, apesar de que o simples fato de contar com estrela de 1º time da Globo não é garantia, mas também tem lá seu limite de risco, afinal nem a Deborah nem a Globo iriam se arriscar num projeto qualquer, como de fato estava certo, o filme é muito bom... Puritanos de plantão que me desculpem, o enredo e todo o contexto tinha tudo para mais um drama erótico, com alta dose de palavrões e sexo por sexo... Como de fato os tem, no entanto numa medida ponderada e natural... Nada na tela nos parece exagerado, caricatural...
Desconheço a história da moça, mas deve guardar similaridades com tantas outras que optam pela difícil vida fácil... E sem risco de errar, o papel tinha realmente que ser da Deborah, que se sai muito bem.Dona de um sex appeal, já conhecido na telinha, dá um show de exuberância na telona, equilibrando na medida a dramaticidade que as situações vividas na tela lhe exigem.
Sob uma direção privilegiada os atores dão show, (Drica de Moraes dá um show a parte), inclusive parte do elenco não tão conhecido. Cada um dá seu recado, mostra a que veio e tem direito ao seu solo num equilíbrio equacionado apenas quando da experiência de grandes diretores. Tive a sensação que o projeto foi elaborado de olho no mercado externo. Isso fica patente com o roteiro bem elaborado, locações bem fotografadas, inclusive limitando-se ao ligar comum, sem bairrismos ou turismo cinematográfico, deixando a sensação que a história poderia estar se passando em um ligar qualquer e a trilha, sim a trilha é um quesito a parte, meio que alma da narrativa.
A narrativa é competente quando faz uso de alguns flashbacks, no entanto não se aprofunda em tese alguma, nem tão pouco se encarrega de justificar, explicar ou até mesmo condenar esta ou aquela postura ... Os personagens estão lá, dizem cada um ao seu jeito a que vieram e o resto é conseqüência...
Não li o livro pra fazer ponderações quanto à adaptação, o que me facilitou a análise quanto a atuação, direção, fotografia, etc.
É um bom momento do cinema nacional que pula fora da comédia fácil, da favela, da droga e da polícia e parte para dramas mais articulados, de valor mais universal, de abrangência mais profunda... É uma forma de induzir o espectador a pensar e fazer uso de seus conceitos e suas crenças e seus valores, forte sem ser apelativo. A nudez é fotografada de forma equilibrada e muito mais insinuada que explícita... Como, aliás, não poderia ser em se tratando de tema tão objetivo. Os diálogos são inteligentes e por que não dizer bem construídos, ainda que compostos de termos e palavrões usados a exaustão e ouvidos em cada esquina no dia a dia, ainda que possa chocar um ou outro pseudo conservador, puritano de carteirinha, que certamente chega a se chocar no escurinho do cinema mas que se solta no escurinho do quarto com as milhares de garotas, que como a protagonista, subexistem no mundo real.
Um único cuidado se faz necessário: prefira as salas de arte pra assisti-lo. O público nem sempre se contem, e sempre haverá um gaiato que não contido com o que ver quer verbalizar o que sente. Uma pena.
Em tempo: O diretor Marcus Baldini, em sua estréia, entra para o seleto clube dos diretores promissores, com todo mérito pela porta da frente com lugar de destaque, o que em grande parte, sem lhe desmerecer o mérito, muito deve ao experiente e competente Karin Ainouz, diretor de “ O Céu de Suely”, que assina juntamente com Antonia Pellegrino o argumento do filme.
Mário Edson
25.02.2011