quinta-feira, 31 de maio de 2018




PARAÍSO PERDIDO, um grande e poético trabalho de Monique Gardenberg, elenco de feras, trilha sonora recheada de clássicos da MPB da décadas de 70/80, um primor...
Geralmente grande junção de talentos numa mesma película acaba por nos decepcionar, aqui no entanto a Monique reúne uma constelação de grandes talentos e não decepciona, muito pelo contrario acaba nos dando até mesmo revelações, como é o caso do Carrão, que na zona de conforto da tv nos oferece personagens apáticos e certinhos, aqui no entanto dá um salto e faz um belo e instigante trabalho, numa composição de personagem que beira o marginal e o poético numa atuação exemplar...
Marjorie Estiano que não é mais surpresa, nos brinda com mais um grande e bem elaborado personagem, aliás vem se firmando como uma das grandes atrizes de sua geração. A presença do Erasmo Carlos, que não é grande destaque, lança luz nas belas canções e suas letras instigantes e acaba por dourar um pouco o clima nostálgico....
É um daqueles filmes que mexem com a gente do inicio ao fim... Alguns vão achar o roteiro complicado, como alguns comentários que ouvi ao sair da sala, no entanto, é um grande e bem costurado roteiro, que nos força a ficar atento aos detalhes e a evolução dinâmica da história, que em alguns flash-backs nos traça um painel de um histórico familiar incomum. Por todos os ricos detalhes, principalmente o cenário em tons vermelhos(em alguns momentos nos faz lembrar Red Vevelt), o belo e poético trabalho de Monique acaba nos ofertando um daqueles trabalhos que ou se ama ou se odeia... Não há espaço para meio termo ... Um exercício, uma reflexão mais que necessária, obrigatória ...
Em meio a atuações viscerais, um grande roteiro e trilha emocionante, temos um dos melhores, senão o melhor filme nacional deste ano!