quinta-feira, 29 de maio de 2025


CONFINADO

 

Talvez este seja um dos roteiros com mais adaptações a partir da versão do argentino Mariano Cohn, que baseado num fato real, deu uma dourada, uma acelerada e um toque de midas para que a situação ganhasse contornos cinematográficos, e aí ate o brasileiro também lançou o seu A JAULA. Numa boa performance do Chay Suede e Alexandre Nero... Temos também uma versão indiana...As comparações são inevitáveis, mas cada um tem sua pegada, seus métodos e méritos... Eis que agora nos chega essa versão, bem americanizada, com pegada hollywoodiana pra ninguém reclamar, (direção do David Yarovesky)... ou melhor, para muita gente reclamar.  O roteiro pode ser resumido: Cansado de ser lesado e nenhuma atitude ser tomada pelas autoridades competentes, milionário blinda carro e põe como uma espécie de arapuca para capturar os gatunos de plantão... Uma vez adentrando o carro para rouba-lo o sujeito nele fica preso, a partir daí sendo torturado pelo proprietário com contatos através do painel de controle do carro ...

A versão americana que agora nos chega, tenta à sua maneira dourar o roteiro, acrescentando uma espécie de drama adicional quando joga luz sobre a vida do prisioneiro e seus problemas pessoais, numa espécie de questionamento social que justificasse ou não o desespero do rapaz... Uma alternativa um tanto quanto piegas e exagerada... Usar criança pode parecer sempre uma boa ideia, apesar de óbvia e repetitiva... As atuações beiram o mediano... Anthony Hopkins faz bem o dever de casa e já em idade avançada não acrescenta muito... já o Bill Skarsgard tem uma ou outra cena de impacto, mas esquecível, nada que o faça melhor aos outros que estiveram em seu lugar...   Entra na categoria dos filmes medianos, cuja curiosidade antes de tudo tem um tom comparativo.... Afinal há cenas basicamente copiadas... outras exageradas... nada de espetacular... Vale muito uma passado de olhos nas versões argentina e sobretudo, a brasileira, que, com uma ação muito mais “confinada” não faz feio!

Nos cinemas

Ficha Técnica:

Título: CONFINADO

Direção: David Yarovesky

Roteiro: Gaston Duprat, Mariano Cohn, Michael Arlen Ross

Elenco: Anthony Hopkins , Bill Skarsgard. Entre outros

 

terça-feira, 20 de maio de 2025


Missão Impossível – ACERTO FINAL

 

Tom Cruise é uma unanimidade. Seu carisma aliado a uma franquia milionária de retumbante sucesso é  a fórmula perfeita do arrasa quarteirão...

Em sua oitava e última edição (será?????) esse O ACERTO FINAL, é, sem querer ser e já sendo : redundante... De fato um acerto... É perceptível que o gás de outrora não mais existe... Cruise continua correndo, desesperadamente, assim como nos filmes anteriores, as enrascadas também em que se mete e surpreendentemente se sai bem, estão também lá para não frustrar ninguém, afinal,,, A missão tem que continuar impossível para as moedinhas tilintarem no cofrinho... ainda que com dublês, recurso impensável nos velhos tempos... Aliás motivo de orgulho para esse veterano que sempre atuou com muita fibra, garra e verdade ... Temos que admitir.  Agora não temos mais um país determinado, uma guerra bem descrita, desenhada... O inimigo ameaça o mundo e é invisível, não fala, não aparece, não confronta.... Em tempos de IA nem precisa... um interlocutor que lhe cumpra a função é o suficiente. Nas quase três horas de duração Cruise passa por uma série de provações, e, emoldurado por efeitos hiper-realistas e de uma beleza singular (há imagens muito belas e bem elaboradas), baila num roteiro de um didatismo sem precedentes (há momentos que chega a ficar chato)... sim, não precisaríamos de tantas explicações... Mas, pouco importa, o que importa mesmo é que, como todo entretenimento que se preze, dá seu recado, consegue não desrespeitar as mentes mais centradas e pensantes e nos oferecer uma ação verdadeiramente deliciosa... nunca as mentiras foram tão verdadeiras como aqui... É tudo bem feito, bem calculado e direcionado... Do alto dos 62 anos e a frente da franquia que em seus sete filmes anteriores já lhe rendeu 4 bilhões, Cruise não pode reclamar... Percalços no caminho a parte, é perceptível que talvez esteja na hora de passar o bastão, afinal não lhe basta apenas a vontade... questões outras a exemplo da fortuna em seguro são impactantes numa franquia de sucesso e longeva, uma mina de ouro para os padrões atuais e a grande crise em que a legião cinematográfica se encontra mergulhada, e isso sem levarmos em conderação as estripulias (taxação de impostos) do maluco nada beleza Trump. É um filme para se assistir com tranquilidade, suas três horas não chegam a cansar ou entediar, mas bem que poderia ter uns minutinhos a menos sem o menor comprometimento de seu resultado... Ver Cruise mergulhar em águas profundas desfazendo-se até de suas gerigonças, se manter pendurado numa asa de avião levando vento na cara e correr feito um maluco (sua marca registrada, afinal. Missão Impossível sem Cruise correr pra lá e pra cá não é Missão Impossível) é um alento. Ovacionado no Festival de Cannes, mas fora da competitiva, Cruise mandou seu recado para o mundo que agora espera ansioso por mais essa aventura, de alvo certeiro e surpreendente, ainda que mergulhado na fórmula de sempre[M1] ... Em tempos de vacas magras cinematográficas, um Cruise ainda que gordinho(olha o trocadilho... não foi intencional) não faz mal a ninguém ... A película deve ser vista obrigatoriamente no cinema... A grandeza de suas imagens, os impactos de sua poderosa sonoplastia são a cereja de bolo que deve ser degustado no escurinho da sala do cinema e com bastante pipoca, afinal, são quase três horas de ação...

Em cartaz nos cinemas.

Ficha Técnica

Titulo: Missão Impossível – O Acerto Final

Direção : Christopher McQuarrie

Roteiro: Bruce Geller

Elenco: Tom Cruise, Angela Bassett,  Hayley Atwell, Vanessa Kirby, entre outros

 

 


 [M1]

 

sexta-feira, 2 de maio de 2025


UMA FAMÍLIA NORMAL
Dois primos cometem um ato de extrema violência que resulta na morte da vítima. Ao descobrirem, seus pais hesitam entre
aproveitar a posição econômica para garantir a impunidade dos filhos ou denunciá-los para que sejam responsabilizados.
Um conflito que permanece central nessa nova versão cinematografica dirigida por Hur
Jin-ho, de “O jantar”, livro de Herman Koch que já teve adaptação para as telas estrelada por Richard Gere. Ao longo da projeção, os personagens alteram suas normas de conduta e mostram que, nesse caso, as aparências enganam. Aquele de postura mais humanitária pode, ao final,se comportar
de forma menos ética do que o capitalista de
plantão. De um lado está o médico Jae-
(Jang Dong-gun), que prioriza salvar vidas;
do outro, o advogado Jae-wan (Sul Kyung-gu), que manipula a verdade para inocentar clientes . Eles são irmãos, pais dos jovens que espancaram um morador de rua e simbolizam uma juventude perversa, dissimulada, só interessada em levar vantagens imediatas. Esse é o resumo de um remake sul-coreano distribuído à imprensa que surpreende a cada instante … Com direção efetiva e surpreendente, a narrativa vai muito mais além … Os dilemas morais caem por terra onde soluções convenientes e necessárias se fazem presentes, impositivas e até mesmo questionadas até mesmo pela alma mais honesta e construtiva . O dilema das duas famílias, a disputa entre a mulher nova e a madura , o bullying na escola, as questões éticas hospitalares e as conveniências jurídicas … sutilmente temos esse caldeirão de inusitadas situações … Mais brando que “O Deus da Carnificina”… quem não lembra ? Uma situação inusitada entre alunos na escola, um dente quebrado e um tsunami num jantar … Uma família vai além … é profundo, denso, instigante e surpreendente … sim, sabiamente a direção nos conduz por caminhos onde uma cegueira provocada por mudanças abruptas e inesperadas nos levam a reflexões profundas e atuais … num mundo onde a empatia cede cada vez mais espaço para o egoísmo, egocentrismo e as constantes e pontuais conveniências, o filme nos aparece com uma luz em forma de reflexão … A narrativa por vezes lenta e contemplativa de algumas cenas que paradoxalmente entram em conflitos com algumas outras de impacto cortante e inusitado não deixam o roteiro enfraquecer ou atenuar sua real prerrogativa : fustigar e refletir… o título já diz tudo … Filmaço !!!
Corram pra ver !
Nos cinemas a partir de 01 de maio