terça-feira, 10 de janeiro de 2023


 

I WANNA DANCE WITH SOMEBODY

Aguardada cinebiografia das Whitney Houston, que já teve a trajetória contada em documentários. Ícone do R&B Whitney Houston é uma daquelas cantoras que marcaram época. Voz singular, de extensão pouco vista, teve a trajetória inclusa na caixinha das tragédias anunciadas que, infelizmente é lugar comum no meio musical. São inúmeros os exemplos dos gênios que se vão prematuramente. Whitney foi cantora e arriscou-se no cinema, onde nos brindou entre outros com o estrondoso sucesso de crítica e público, THE BODYGUARD, quem não lembra? Cria de corais, e back da mãe, também uma reconhecida cantora, Whitney é descoberta num dos shows da mãe e imediatamente parte para a ribalta. Dirigido por Kasi Lemmons com roteiro de Anthony McCarten, (Bohemian Rhapsody) e protagonizado por Naomi Ackie que faz uma atormentada e sofrida Whitney. A narrativa se propõe mais a ser um tributo do que uma biografia esmerada, arriscaria ate a dizer que é o tipo de narrativa para fãs, uma vez que possui uma dinâmica acelerada e não se deixa prender pelas minucias, os fatos que realmente fizeram a diferença na vida atormentada da cantora preferindo focar nos seus sucessos, suas apresentações em meio a pequenas citações não desenvolvidas sobre sua relação familiar, seu conturbado casamento, e seu envolvimento com tabagismo e drogas. O cuidado com a reprodução de época, seja no figurino, cenários ou elementos de cenas é um primor. O roteiro foi inteiramente aprovado pelos familiares, mas isso não o tornou mais uma biografia chapa branca, muito pelo contrário. Tomou-se o cuidado nas abordagens porque é perceptível o desejo de focar no legado deixado para a humanidade. Nos faz falta uma maior abordagem em tópicos superficiais que de certa forma evidenciariam os motivos do calvário legado a cantora em algumas fases pontuais de sua vida. Whitney fez um sucesso meteórico e estrondoso, tentou lançar um estilo e como mais comum na época, submeteu-se as regras da gravadora, e para não fugir a conhecida regra se submetendo as normas estabelecidas pelo pai que, também como já sabido, a tinha como a galinha dos ovos de ouro, uma situação dúbia tal a forma como sua relação com ele é mostrada, não ficando atrás também o incógnita de sua ligação com sua melhor amiga e espécie de dama de companhia travestida de agente/empresaria...  Conhecida como The Voice (a voz) Whitney brilhou nas paradas de sucesso, ganhou grammys, ofuscou Beatles e Presley, figura entre os 500 maiores artistas de todas os tempos da revista Rolling Stone e viu seu mundo ruir após o casamento onde mergulhou numa relação tóxica, saindo do cigarro e da maconha iniciada pelo irmão, e partindo para drogas mais pesadas o que lhe custou sérios problemas de saúde culminando com o comprometimento de sua maior preciosidade, sua voz. A atuação da Naomi Ackie é quase irretocável, faz um excelente trabalho de corpo onde trejeitos, formas de cantar e sobretudo, várias personalidades, (atente que o comportamento da cantora muda em função de cada situação desde relação familiar, com o marido, a gravadora, com a amiga até os fãs... são diversas Whitneys em um só filme, talvez fruto de sua determinação em algumas situações e sua crise existencial e choque de prioridades, um dilema amenizado pelo álcool e as drogas, onde vemos logo no inicio seu nascedouro: a relação conturbada dos pais. Faz=se desnecessário lembra que as músicas são dubladas, meio que impossível encontrar atriz com uma boa atuação enquanto atriz e enquanto cantora com a extensão vocal singular da Whitney... Poucos deslizes na sincronia serão perceptíveis para os mais atentos. Achei bacana a sutil homenagem feita a Whitney no cartaz do filme, os mais atentos perceberão.

Ficha Técnica:

I WANNA DANCE WITH SOMEBODY

Direção: Kasi Lemmons

Roteiro: Anthony McCarten

Elenco: Naomi Ackie, Nafessa Williams, Clarke Peters, Stanley Tucci

Nos cinemas a partir de 12.01.2023

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