segunda-feira, 7 de outubro de 2013

 
 
GRAVIDADE

Decididamente Alfonso Cuarón entra na história da ficção científica. Filhos da Esperança, outro filmaço seu já dava uma prévia. GRAVIDADE é mais que um filme, é uma experiência, e guardadas todas as proporções, completa a trilogia das grandes ficções científicas, brilhando com louvor entre 2001-Uma Odisseia no Espaço e Avatar, para não citar Blade Runner...
O filme é simplesmente irretocável, inclusive indo de encontro a toda obviedade... Lembra da história
da leva de filmes que tinham que durar mais de 2 horas? Pois bem, ele subverteu esta regra há pouco estabelecida e em enxutas 1 hora e trinta conta sua história de maneira brilhante e deslumbrante, deixando-nos ainda, com a sensação que ali se passaram umas 3 horas...
Roteiro enxuto e objetivo, atores certos e efeitos especialíssimos fazem de Gravidade, até aqui, o melhor filme do ano, digo até aqui para não ser radical, mas duvido muito que algo lhe tire este título.
Sandra Bullock brilha como nunca e ainda conta com um coadjuvante de luxo, o George Clooney, que aparece pouco, diz tudo e ilumina a tela em meio ao clima de tensão e asfixia...
Bullock sua duro a camisa mais dá gosto  vê-la desprovida de qualquer maneirismo e sozinha segurar o filme inteiro, sim, não há como negar que o filme é dela...
Com uma fotografia estonteante e efeitos em 3D que só deixam atrás Avatar, que igualmente soube com competência e propriedade tirar bom proveito e sobretudo surpreender, é conduzido por uma trilha sonora simples e cativante, mas determinante no clima proposto.
Não vale aqui fazer observações a respeito da história, além do óbvio que já de sabe ou se comenta, o maior mérito do filme é exatamente a surpresa e o choque que a experiência proporciona.
Tinha até então, algumas restrições a respeito das salas 4Dx, aquelas que nos proporciona, através de efeitos e vibrações das sensações vistas na tela... Mudei de ideia. Para este filme, a sala foi feita sob encomenda... As sensações proporcionadas, aliadas as tomadas de cena e a criatividade do diretor dão verdadeiro show... Esqueça as bolinhas que nos voam na cara,  tão banalmente usadas em outras produções... Aqui o que se vê é profundidade de campo, sequências inesquecíveis e sobretudo, emoção, muita emoção. Cuarón soube mais que ninguém aliar ficção e emoção, algo nem sempre bem equilibrado quando não sedimentado pela competência e sabwddoria... Aqui a equação sai na medida certa, em certos momentos é como se estivéssemos fazendo dobradinha com os atores em cena, tamanho é o envolvimento e poder dos efeitos criados para nos transportar em cenas impressionantes sem cortes, nestas horas é como se estivéssemos lá, lado a lado com os atores... Não é pouca coisa... Isso sem falar na gama de possibilidades de leituras para um roteiro que apesar de objetivamente bem definido nos fala de vida (ironicamente a beira da morte) e do quanto nos é importante estarmos decididos a abraça-la (a vida) e lutar por ela seja qual for a circunstancia. Quer maior conteúdo que este????
Ouso desde já adiantar: Certamente será o filme arrasa-quarteirão do Oscar 2014: Serão muitas as indicações: Filme, direção, roteiro original, efeitos sonoros, fotografia e atriz, esta a maior das certezas, afinal dificilmente encontraremos outra película onde a protagonista seja a única a conduzir com maestria a história batendo uma bolinha de dá inveja com o nada, o medo, a ansiedade e a asfixia... Isso Bullock faz com louvor. A cena onde a lágrima se desprende dos olhos dela e flutua é poesia pura, e ai reside o maior mérito de Cuarón: Fazer de uma história de ficção uma lição de vida com poesia e ternura, talento e competência que, aliados a efeitos de última geração produzem um dos maiores e melhores filmes de todos os tempos!  Bravo Cuarón! É tão raro ao término de um filme brotar em mim uma incontrolável vontade aplaudir... Em se tratando de Gravidade, é inevitável! Vão correndo ver!!!! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário