terça-feira, 13 de agosto de 2013

 
 FLORES RARAS

 Direção de Bruno Barreto, com Glória Pires e Miranda Otto... Baseado numa história verídica, o filme nos conta o período em que a escritora Elisabeth Bishop(Miranda) passou no Brasil e seu envolvimento com a brasileira, arquiteta autodidata Lota(Glória). O filme foca o relacionamento conturbado das duas e as consequências, dá uma passada no aspecto político da época(1951) e de quebra conta a bela história da criação do Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Não chega a arrebatar, a direção de Bruno foi sutil e cuidadosa, criando imagens de impacto visual impressionante, mas no entanto de potencial dramático reduzido. As atuações estão corretas e impecáveis, no entanto nenhuma grande revelação. Vale pela música, fotografia e atuação da Gloria, que mais uma vez ilumina a tela com sua beleza e talento.

                                                                      Foto: Mário Edson
 
Foi uma noite especial, fiz a cobertura fotográfica da pré-estreia do filme com a presença da Glória Pires e o Bruno Barreto. Em clima comemorativo e com bastante expectativa, foram de uma generosidade e elegância sem par... Responderam a diversas perguntas, conviveram com o assédio e a curiosidade dos presentes e tiraram de letra qualquer desconforto. Aliás, preciso reforçar: Glória foi de uma simpatia e elegância que dificilmente se sabia quem no ambiente era tiete ou um pouco íntimo dela, afinal como é sabido, é muito bem relacionada na cidade, o tratamento foi equilibrado e igual para todos. Um primor! Senti uma falta de preparo por parte da imprensa local que não fez uso devido da oportunidade ímpar que foi estar frente a frente com uma grande e talentosa atriz brasileira e um diretor de porte e cuidadoso. Vários eram os caminhos e as possibilidades de questionamentos quanto a produção nacional, a longa jornada(17 anos) que o projeto levou maturando, a estréia da Glória numa produção totalmente falada em inglês, na experiência inusitada de contracenar com uma atriz americana, enfim muitos eram os temos que poderiam ser propostos, mas a questão ficou completamente focada na temática gay. Enquanto o filme muito sutilmente nos brindava com toques políticos e ideológicos, enquanto mostrava a importância da figura de Lota para o Brasil enquanto idealista e arquiteta autodidata, responsável pelo magnifico projeto do Aterro do Flamengo no Rio, as pessoas somente se interessavam pela temática : Quem ela levava pra cama, se bem que muito pouco ou sutil o filme isso mostrava. No frigir dos ovos o Bruno deu a resposta que todos precisavam ouvir: O filme nos fala de uma história de amor que poderia acontecer com qualquer um, e nele, por acaso a história dizia respeito a duas mulheres. Bela, sábio e inteligente saída para um público muito aquém das ilustres presenças... Mais uma vez repito meu mantra: As vezes na Bahia as pérolas vão para os porcos! 

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