O EXTERMÍNIO – A EVOLUÇÃO
Lá se vão quase 25 anos desde o lançamento do primeiro EXTERMÍNIO, lá pelos idos de 2002, que teve uma segunda parte em 2007 e agora nos chega com EXTERMÍNIO - A EVOLUÇÂO, aliás, bastante aguardada e de certa forma, meio que decepcionante para alguns... Boyle nos brinda com algo mais próximo de drama do que de uma saga de zumbis, sua inovadora proposta inicial, aliás marco neste quesito, uma vez que nos brindou com um filme de abordagem inteligente e inovadora. Essa terceira parte (que precede uma quarta já aguardada para 2026) é mais um drama familiar que mais um capítulo da saga dos zumbis... O roteiro de Alex Garland nos adentra ao universo de uma família onde o pai leva o garotinho ( a cereja do bolo que se não é nenhuma maravilha, também não chega a ser indigesto) uma espécie de rito de passagem. O grupo de humanos agora se encontra numa ilha onde, isolados do continente onde ainda se encontram os zumbis, mantêm sua rotina. Me fez lembrar um pouco A VILA... Pois bem, próximo a adolescência o garoto é levado pelo pai para o continente, numa bela cena no momento de baixa da maré, para lá ter o primeiro contato com os Zumbis que nos são apresentados muito mais fortes, organizados e ameaçadores... São duas narrativas no mesmo filme... Até a primeira metade engrena muita ação, um pouco do horror e o choque do garoto agora consciente dos dois mundo... Já na segunda e última metade o que vemos é um drama regado inclusive a conteúdos filosóficos, é lá que um Ralph Fiennes, como sempre, muito bem e inspirado nos brinda com uma excelente atuação, talvez tenhamos aí os melhores momentos... Emoldurado por uma trilha pertinente, uma fotografia com momentos inspiradores (Dezenas de Iphones 15 PRO Max foram usados para dar mais expansão as cenas) e um elenco muito bom. Boyle, que aqui apresenta uma narrativa a um mundo pós-pandemia e em meio a muitas mudanças, não deixa de nos brindar com sutis críticas de cunho ideológico e social, momentos em que é possível um riso sutil... O roteiro é bem construído e nos faz adentrar o universo de maneira intensa e arrebatadora... uma tensão constante num misto de ansiedade e expectativa com o inesperado é bem costurado com momento de uma perseguição movida a rastros de sangue inferior aqueles dos filmes anteriores, mas no entanto não menos impactantes. É outra abordagem, outra linha de conduta, outros tempos... Mais duas edições são aguardadas e, talvez o mote seja exatamente esse: as pontas deixadas por aparar e uma certa expectativa deixada no ar para continuações mais “hards” e impactantes num futuro bem próximo. A atuação do Alfie Williams como o Spike é um dos grandes achados do filme em sua jornada de perda da inocência. De talento incontestável, o filme é dele e por tabela do Fiennes que está num de seus melhores momentos. Vejo aqui um momento muito especial do Boyle, e ainda arrisco a dizer, um de seus melhores e mais acabados filmes, coisa que neste universo de filme catástrofe horror, não é muito levado em consideração. Naquele universo as mortes sangrentas importam muito mais que qualquer abordagem mais profunda e pontual. Vale muito a pena conferir !!!
Em Cartaz nos cinemas a partir de 19 de junho
Ficha Técnica:
Título: Extermínio – A Evolução
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Alex Garland e Danny Boyle
Elenco: Alfie Williams, Ralph Fiennes, Aaron Taylor Johnson, Emma Laird entre outros
110 minutos
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