domingo, 12 de agosto de 2012


Fui ver este fim de semana À Beira do Caminho, novo filme do Breno Silveira (aquele dos Dois Filhos de Francisco). Me surpreendi com o que vi e me encantei. Munido de um excelente argumento, um elenco de primeira e as músicas do Roberto, o filme tinha tudo para ser um melodrama de forte cunho apelativo,  no entanto o Breno sabiamente o transforma em poesia pura contando com a excelente fotografia do Lula Carvalho, não desprezando apesar disso seu conteúdo dramático. O elenco é um achado: João Miguel como sempre dá um show, esta cada vez melhor. faz aqui um atormentado que consegue ao longo do filme passar toda sua tormenta para o espectador mais sensível(outro trunfo que Silveira fez uso e que prende a atenção do início ao fim e que por isso mesmo não vale a pena aqui comentar), o Vinicius Nascimento é outro achado... Consegue fazer uma dobradinha com João de fazer inveja a muita gente grande, rouba a cena em muitos momentos, e pra fechar o tópico Dira Paes entra cumpre seu papel e sai deixando saudade. A boa ideia de desenvolver um roteiro emoldurado pelas canções do Roberto Carlos talvez fosse um tiro no pé se não contasse com a criatividade, belo roteiro e excelentes atuações dos atores. As canções se encaixam e há momentos que invertem a situação, parecem terem sido construidas para embalar a película e não ao contrário como de fato acorreu. O filme e inquieto, faz refletir  e muito, muito pensar nas relações, na vida e sobretudo, na paternidade... É um daqueles filmes que termina mas não acaba. As cançõesé um achado a parte, e o fato de serem interpretadas por cantores diversos dá um outro charme e sentido a narrativa, cujo ponto máximo, ainda que não tão bem elaborado como a situação merecia, é a interpretação do rei de um dos seus maiores e mais inspirados sucessos que fecha o filme de maneirta soberba.

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