F1: O Filme
Para começar com o óbvio: F1-o Filme é o Top Gun das pistas.... Com todas as letras e algo mais... E não, não tome essa constatação como algo pejorativo, não é, muito pelo contrário. É um dos óbvios elogios que essa pequena pérola cinematográfica recebera além de inúmeros outros elogios... dentre os quais grande candidato ao carequinha dourado ano que vem... Podemos assim resumir o conteúdo do filme: Narrativa conta a história de Sonny Hayes, uma lenda da corrida que retorna da aposentadoria para ajudar uma equipe de Fórmula 1 em dificuldades e guiar um jovem piloto. O filme é estrelado por Brad Pitt no papel principal, ao lado de Damson Idris, Kerry Condon, Tobias Menzies e Javier Bardem. Vivendo uma grande fase onde um ápice de popularidade se mostra crescente, nada como um bom filme para atrair mais moedinhas e popularidade para os cofrinhos mais antenados... A ideia, concepção e produção não seriam tão grandiosas e milionárias, sem falar no seu apuro técnico e estético, não fossem as participações ativas do Brad Pitt e do Lewis Hamilton(também produtores), dois pesos pesados em suas respectivas áreas, não é pouco... Com uma presença carismática como a do Pitt, uma formula bem equilibrada e efeitos de ponta, impossível não funcionar... Vamos combinar e aqui deixar bem claro que o roteiro do filme é de uma pobreza franciscana, super clichê, difícil não remete-lo a várias outras narrativas onde superação, choque do antigo e o moderno, e os benditos/malditos traumas, geralmente ligados a algum acidente, são o norte do roteiro... F1 não escapa, com sutilidade ou não, faz um mergulho raso no drama ( que vai para segundo plano –ainda bem- deixando o protagonismo para as pistas) e aposta todas as suas fichas nas belas, irretocáveis e perfeitas sequencias nas pistas... creio ter surpreendido até os próprios pilotos que, provavelmente jamais se viram sob aqueles ângulos... um primor! Como de costume, a direção do Kosinsky (que nos deu TOP GUN-MAVERICK, outra joia) é imersiva ao extremo. Em Maverick aviões de verdade foram pilotados, aqui não deixou por menos, os atores se deliciaram ao pilotar as máquinas da formula 1. Como se não bastasse, usou cerca de 12 câmeras em cada carro, captou imagens durante GPS reais, usou iPhones nos veículos para dar uma ideia de “realidade”... um achado. Emoldurado por uma trilha eficiente composta por uma equipe de artistas, o time dos sonhos... grandes nomes do pop como Es Sheeran. Doja Cat, Rosé, Tate McRae, Texto, entre outros, ainda se dá ao luxo de nos brindar com a cereja do bolo: a inspirada e fabulosa música do Hans Zimmer (esqueça DUNA, aqui ele está muito, mas muito mais inspirado), os primeiros minutos iniciais já nos dá uma ideia a que veio... O mestre esbanja talento. Kosinsky ainda encontra tempo (com justiça) para uma velada e pertinente homenagem ao querido e inesquecível Ayrton Senna. O piloto não aparece em momento algum na narrativa, mas sua essência está lá, seja na licença poética na recriação de cenas, seja na mostra de um McLaren branco e vermelho, uma aparição sutil, silenciosa, nas primeiras cenas, um símbolo silencioso em forma de tributo ao gigante da fórmula 1, um afago nos brasileiros... F1 é entretenimento de primeira, impossível não se envolver e palpitar com suas imagens e sons magistrais... ainda que não se seja amante do esporte, sim, porque a narrativa é muito mais que esporte, é excelência na direção, cuidado na estética, casamento perfeito com uma excelente trilha, e, vamos combinar, contar com o carisma e o talento do Brad Pitt (Que esbanja carisma. Como resistir ao seu sorriso??) no auge de seu amadurecimento já é um grande motivo para comprar o ingresso, e olha que os 156m passam num sopro... Desde já um dos grandes filmes do ano!
Nos cinemas a partir de 26 de junho.
Ficha Técnica:
Título: F1 – O Filme
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Joseph Kosinski, Ehren Kruger
Elenco: Javier Bardem , Brad Pitt , Kerry Condon , Damson Idris
Duração : 156m