quarta-feira, 26 de julho de 2017



DUNKIRK




Poderíamos pensar: Ai vem mais um filme de guerra, esse argumento tão batido e tão explorado... mas não quando se trata de um Christopher Nolan. Não, o diretor da aclamada trilogia do Batman, do inovador Amnésia e de Origem jamais faria mais um filme de guerra... O que poderia ser um episodio pouco conhecido e comentado da segunda guerra em maio de 1940 é mais uma inusitada e surpreendente obra. Dividido em três núcleos: Terra, água e ar, a narrativa que tinha tudo para ser arrastada e enfadonha ganha ares de suspense e apesar de não dispor de diversificados cenários dá um show na fotografia e tem sua alma na inspirada e eletrizante trilha sonora do Hans Zimmer. As tomadas aéreas brincam o tempo inteiro com a linha do horizonte em meio a imensidão do mar...
Com a entrada de Hitler na França, forças britânicas encontram-se acuadas na cidade que dá título ao filme, a narrativa se dá justamente na solução emergencial adotada para sobreviver ao cerco e evitar a humilhante derrota...
Os minutos iniciais soam meio arrastados, no entanto a direção sábia e inovadora usa e abusa de uma trilha sonora pertinentemente inspirada, diálogos equilibrados e quase nenhuma violência explicita, ao contrario de outras narrativas, aqui pouco sangue e vísceras se vê, o foco está no contar da história centrando no drama de seus personagens. Para causar uma certa expectativa Nolan escalou o ex-One Direction Harry Styles no papel do soldado Alex... Como se precisasse... Teríamos ai uma estratégia? Vai saber!!! Bem, ao menos ele não decepciona...
Abrindo mão do conhecido excesso de efeitos especiais, o filme é um primor, tanto na atuação do atores (Kenneth Branagh, Tom Hardy(sempre bom), Cillian Murphy e Mark Rylance, todos bem, quanto nas exuberantes tomadas da imensidão do céu e mar e do magistral trabalho com milhares de figurantes! Desnecessário dizer que preenche todos os pre-requisitos básicos para um belo punhado de indicações ao Oscar, aliás, até aqui, merecido.
É um filme que nas entrelinhas nos fala de fraternidade, de perseverança e principalmente de esperança, ainda que em meio a uma expectativa absurda e um suspense crescente bem construído, obra de um jovem mestre que ainda tem muito a nos contar!

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