domingo, 4 de dezembro de 2011








UM CONTO QUALQUER NO MUNDO



Vi hoje Um Conto Chinês, e posso adiantar que se tivesse me guiado pelos resumos que saíram em algumas mídias, certamente não teria me dado ao trabalho de sair de casa para vê-lo... Como já conheço a linha do Ricardo Darin, tinha certeza, não, iria me desapontar.


O filme é denso e ao mesmo tempo lento, se é que assim que podemos dizer. A lapidação de uma pedra em estado bruto. Para resumir em poucas palavras(convém não falar muito e aguardar as surpresas): cidadão argentino encontra chinês na rua perdido, o acolhe em casa, onde ambos totais ignorantes um da língua do outro, são obrigados a estabelecer uma convivência. Impressionante as situações levantadas pelo roteiro e mais ainda as atuações: O argentino visceral, o chinês atônito e passivo...A atuação do Ricardo dispensa qualquer comentário. Seria chover no molhado. Difícil não se identificar em algum momento com alguma das situações ali partilhadas. Dificil não se questionar o que estamos fazendo com as nossas vidas e as oportunidades que nos são dadas e muitas das vezes ignoradas. Esta lá o exercício da tolerância, do respeito pelo outro, seu ritmo, seus valores... Nada mais pertinente diante dos dias em que estamos vivendo, diante do caos em que se transformou uma simples diferença, seja ela de ordem que for. É pra ver e não esquecer. Fazendo uma analogia, um tanto quanto rudimentar: Em tempos de micro ondas (cinema pipoca) ver aquele forno de lenha que é, de fato filme, é um achado, um mergulho no tempo e na simplicidade do velho e bom cinema que não tem só uma história para contar, mas também uma história para se pensar...E muito. BRAVO a Argentina (ali em co-produção) que continua surpreendendo a cada lançamento.






Em Tempo: O filme esta em cartaz nas salas: Iguatemi 11 e Sala de Arte - Vivo

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