quinta-feira, 10 de julho de 2025


 

SUPERMAN

 

O universo dos super heróis ainda continua sendo um manancial de renda, bilhões em bilheterias... Uma fábula... Não à toa, Hollywood se reinventa e igualmente reiventa suas galinhas de ouro a cada período de crise (ou não), afinal a máquina não pode, nem deve parar de produzir ...

Eis que agora nos chega mais um SUPERMAN, que junto aos anteriores tem lá seus méritos.... É sabido da crise que o cinema mergulha e volta e meia surge um arrasa quarteirão para salvar a pátria... Demitido da Marvel por questões políticas em 2018, James Gunn, diretor dessa nova versão,  é a nova aposta da DC que após alguns fracassos chega com tudo para reinventar aquilo que há muito foi inventado, mas enfim a máquina tem que girar... É preciso dar folego novo para o velho travestido de novidade prosperar, seja lá através de releituras, atualizações e até mesmo alteração na sua raiz... Mexer nesses ícones é tarefa corajosa, para fortes, o risco é grande, no entanto o prosperar (se assim for) compensa e muito... A pegado desse novo SUPERMAN  é até interessante, apesar de que, é evidente, sempre dividirá opiniões(ainda bem). Gunn nos apresenta um super-homem mais humana que nunca, que, numa narrativa politizada, tira sarro do caos que hoje estamos vivendo, nos mostra os conflitos entre nações e a tão velha quanto batida disputa desenfreada pelo poder... A narrativa é uma espécie de quadrinho em movimento (um mérito para os adeptos dos quadrinhos), aliás nesse ponto ele é bem fiel... Alicerçado por efeitos, muitos efeitos (eles beiram a exaustão), aqui não há espaço para muito dialogo, e nem mesmo para uma trama de fundo(até o romance de Clark e Lois é pouco ou quase nada explorado, ele está muito muito mais preocupado em salvar a humanidade, isso fica patente nas diversas cenas entrecortadas quando efetua salvamento desde um esquilo a um idoso). A escolha dos atores não decepciona, David Corenswet, apesar de não muito popular tem uma carinha bonita (as vezes de cão abandonado) e certo carisma, preenche a tela e passa muita credibilidade, uma escolha acertada.... Não nos arrebata mas também não decepciona... Já Rachel Brosnahan nos brinda com uma Lois descolada, antenada e até mais centrada (fruto dos novos posicionamentos femininos?). A novidade fica por conta do super cão (uma sacada para conquistar os amantes dos pet, que, vamos combinar não são poucos ) e a bendita cueca vermelha sobre a malha azul... uma pegada retrô que não deixa de ser novidade... Para quem se fez com tramas intergalácticos, vermos o Gunn interessado na humanidade e seus pesares é um pouco estranho...Uma  grata surpresa, o filho do Reeve, Will Reeve, faz uma pequena ponta como jornalista... Dificilmente uma narrativa nos dias atuais consiga ser avassaladora e arrebatar uma plateia  cada vez agarrada no celular e muito, muito suscetível a outras provocações( há uma selfie de cenas onde a self é a bola da vez)... A magia do escurinho do cinema tem perdido ao longo do tempo muito de sua essência... Sinal dos tempos, assim como o SUPERMAN, que mesmo voltando de cueca vermelha sobre a malha azul, com seu cão protetor a tiracolo e o indefectível cachinho na testa ainda pode causar estranheza... Quem sabe  o cinema, ainda que conectado aos sinais(nem tão animadores) de uma humanidade adoecidas, nos faça  esquecer uma realidade(mesmo ali ironicamente retratada) por seus 120 minutos...   

Em cartaz nos cinemas a partir de 10.07.25   

Ficha Técnica:

Título: SUPERMAN

Direção: James Gunn

Roteiro: James Gunn

Elenco: David Corenswet,  Rachel Brosnahan , Nicholas Hoult, entre outros

Duração: 129 minutos