terça-feira, 28 de janeiro de 2020
JUDY
História de ídolos, principalmente os problemáticos, geram burburinho, curiosidade, discussões, teses. E, de fato, a maioria deles, principalmente, os mais adorados tem mesmo uma história de vida complicada, uma trajetória pessoal conturbada e um final, na maioria dos casos, deprimente, para não utilizar adjetivo mais contundente.
Judy Garland é um destes casos. Destacou-se em um grande e clássico sucesso O Mágico de Oz, película onde despontou para os holofotes com reconhecimento ... Com uma curta e conturbada carreira, ainda jovem sofreu imposições e cobranças severas, o que hoje poderia facilmente ser considerado como assedio... Em meio a essas cobranças iniciou o que seria uma vida recheada de anfetaminas e barbitúricos, em função da atribulada vida de gravações, ora para dormir, ora para se manter acordada, isso sem falar em dietas rigorosas...
Neste Judy, o foco são seus momentos decisivos, centrando nos últimos meses de vida e em alguns flashbacks onde várias fases são relembradas... O que se vê na tela é uma Judy atormentada, saída de vários casamentos, sem a guarda dos filhos e tentando voltar a ribalta ao cumprir a agenda de uma série de shows em Londres, onde mesmo em meio a bebedeiras, atrasos e desequilíbrios, quando entrava em cena arrasava...
Com direção precisa e equilibrada de Rupert Goold, Judy tinha tudo para ser um melodrama obvio e apelativo, não é.Consegue se equilibrar entre os momentos de sofrimentos, descaso e os momentos de glória e os aplausos... Goold encontrou em Renée Zellweger, a atriz perfeita para o papel, o que de quebra ainda a faz voltar aos sets em grande estilo, conquistando até aqui a esmagadora maioria dos consideráveis prêmios ... Aqui Zellweger reproduz a postura, os trejeitos e principalmente a visível ingenuidade de Judy, uma espécie de postura por vezes soando ao desequilíbrio... Vejo nesta atuação um pouco de semelhança entre as duas nas posturas, tom de voz e olhar... Os momentos no palco são de uma vibração e emoção espetaculares, Zellweger brilha com facilidade...
Judy nos deixou jovem, e, cumpre registrar, em uma busca desenfreada por voltar aos palcos, aos refletores, a vida... Não conseguiu, a tentativa sagrou-se um verdadeiro desastre que não raro terminava em shows inacabados, bebedeiras e até queda no palco, situações que eram contornadas algumas vezes pelo caloroso carinho da plateia e reconhecimento de seu talento e aqui é mostrado de maneira soberba por Renée Zellweger que, como citado, regressa em grande estilo!
Ficha Técnica:
Direção : Rupert Goold
Elenco: Renée Zellweger, Jessie Buckley, Finn Wittrock
Nacionalidade Britânica
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário