OS MENINOS QUE
ENGANAVAM NAZISTAS
Direção: Christian Duguay
Gênero Drama
Durante um período de ocupação
nazista na França, os jovens irmãos judeus Maurice (Batyste Fleurial) e Joseph
(Dorian Le Clech) embarcam em uma aventura para escapar dos nazistas. Em meio a
invasão e a perseguição, eles se mostram espertos, corajosos e inteligentes em
sua escapada, tudo com o objetivo de reunir a família mais uma vez.
Certamente esse não é o primeiro,
nem tão pouco será o ultimo filme a falar do nazismo, e em específico a
perseguição aos judeus, no entanto essa narrativa guarda características e um
certo clima poético e singular, é ai então que reside seu mérito e sua
contribuição a abordagens envolvendo nazistas e judeus.
O roteiro é baseado numa história
real, cujo livro alcançou 20 milhóes de exemplares vendidos ao redor do mundo,
o que não é pouca coisa....
A história não guarda nenhuma
grande trama ou grandes inovações, é simples
e nesta simplicidade reside seus maiores méritos: Dois irmãos em fuga da
perseguição nazistas passam por fortes e edificantes experiências ao longo
desta empreitada aliadas as mudanças que vivem na transição da chegada da
adolescência. A narrativa centra foco nas duas crianças, suas experiências,
seus conflitos e seu amadurecimento. Nos chama atenção o amor e a união desta
família que vive de encontros e desencontros mantendo-se numa unidade exemplar.
Contando com um elenco competente
e carismático, o ator mirim Dorian Le Clech (Joseph) rouba completamente a cena
em uma atuação irretocável, um olhar encantador e um carisma singular. Girando
em torno de Joseph, a história se desenvolve sob a ótica do seu olhar, o achado
do diretor Christian Duguay que neste
quase road movie soube criar situações de tensão e suspense mescladas ( A cena
inicial chega a ser cruel, no entanto de amor desmedido) a situações
outras, onde a inocência e a singeleza da
infância se equilibram, criando momentos de raro e sutil humor, isso, sem falar
na bela trilha sonora e nas imagens deslumbrantes de uma bela Paris, o que
legou o filme de certa leveza e o fez não ser de todo tão triste ou
desalentador.
Christian Duguay possui uma filmografia
bastante diversificada, mostrando-se um diretor corajoso e sensível, são dele:
Belle et Sebastian, Coco Chanel, Joana D Arc. Apostando aqui numa história
mundialmente conhecida, no apelo sentimental
e sustentado por um elenco competente e carismático, onde valores como amor, fraternidade e união
familiar são sabiamente ilustrados. Nos brinda então, em meio a um tema
espinhoso e perturbador, com um filme de
rara beleza e sensibilidade sem ser apelativo ou excessivamente dramático, um
mérito.
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