Meia-noite em Paris

Considero, até aqui, uma das surpresas do ano. Woody Allen andou fazendo uns experimentos, surpreendendo em alguns, em outros nem tanto, agora volta a sua praia. Alguns podem até dizer que é mais do mesmo, e, devo deduzir que até faça sentido, afinal um Woody Allen é e sempre será um Woody Allen, quando preserva sua marca, grife aliás que ainda se repetindo sempre nos brinda com bons e divertidos momentos. Fazendo a linha de passeio a várias metrópoles do mundo e suas respectivas homenagens, nos brinda neste último, com uma bela, carinhosa e sobretudo, iluminada Paris. Estão lá todos os famosos cartões postais da cidade luz, de um enquadramento pessoal e uma linguagem cheia de personalidade como nunca se viu... O argumento é um detalhe a parte e não vale aqui detalhar para que não estrague as surpresas ao longo do desenrolar do filme. O elenco afinado Owen Wilson surpreende quando incorpora o alter ego de Allen, Marion Cotillard bela e competente e Kathy Bates dando as aulas de sempre, fazem de um simples roteiro, sem maiores pretensões mirabolantes, uma história gostosa de ver e acompanhar. Prato cheio para os amantes das artes (cinema, literatura, plásticas e fotografia), estão lá todos os ícones que fizeram de Paris nos anos 20 a efervecência cultural do mundo. É ver e se apaixonar, se é que é possível esta redundância, uma vez que Paris foi, é e sempre será uma cidade apaixonante. Preste atenção nos enquadramentos, na luz utilizada pelo fotógrafo e principalmente na naturalidade que a cidade se faz bela e única, copiando uma das citações: Até mesmo na chuva!