quinta-feira, 5 de dezembro de 2024


 

O CONDE DE MONTE CRISTO

 

O CONDE DE MONTE CRISTO é um dos grandes clássicos da literatura, mundial, uma narrativa que já teve várias adaptações para cinema, e, do alto de suas 1.376 páginas, vamos combinar, exige um trabalho hercúleo para adaptação... Durante muito tempo esteve presente em meu imaginário após criteriosa leitura, uma experiência de total encantamento, fruto da inteligência apurada de seu autor que nos prende da primeira à última página com uma narrativa emocionante e encantadoras. São aproximadamente 20 adaptações feitas até hoje.... Um épico que seduz qualquer aspirante aos holofotes. Eis que nos chega às telas a mais recente adaptação, genuinamente francesa, como seu autor Alexandre Dumas, o filme que conta o calvário vivido por Edmond Dantès que é preso injustamente por um crime que não cometeu, perdendo a amada, e justamente no melhor momento de sua vida, em plena cerimonia matrimonial... Passando 14 anos na cadeia, consegue dela se livrar e orquestrar uma vingança... E ficamos por aqui, a história já é bastante conhecida... Dirigida por La Patellière e Matthieu DeLaporte (quem não lembra de Qual o nome do Bebê ???) essa adaptação nos brinda com um tom de modernidade, sem abandonar a premissa original, o que já é um mérito... Ancorado num cenário de rara beleza, um elenco afiadíssimo, e uma fotografia deslumbrante e uma trilha sonora mediana... O deslumbre do filme talvez merecesse uma trilha mais inspiradora. Protagonizando a narrativa temos o jovem ator Pierre Niney, que fez sua estreia como ator na minissérie de televisão La dame d'Izieu em 2007, seguida por filmes como LOL, L'Armée du crime, Les Émotifs anonymes, entre outros.  Niney nos brinda com um Edmond humanizado. Numa atuação espetacular, o olhar de seu Edmond é um grande diferencial... sempre com o tom melancólico e atormentado, sua vingança(??) ganha outra conotação: Justiça.,. Aí nos perguntamos: quais os caminhos que levam a vingança e quais os que levam a justiça? Seriam tons tão diferenciados? Seria a justiça movida pela vingança ou vice-versa??? Com suas 3 horas de duração (na verdade 2;58) a narrativa não nos cansa, nem tão pouco nos deixa com a sensação de que algo poderia ser suprimido sem prejuízo da história... O desenrolar da trama bem construída e narrada nos avassala e nos faz mergulhar neste universo tão bem construído que saímos da sala com a sensação de justiça cumprida e um certo pesar... Uma releitura que merece ser vista e reverberada, na minha humilde opinião, uma das, senão a melhor adaptação cinematográfica .. Uma grande realização do cinema francês, esnobada por ocasião da escolha de seu representante na corrida do Oscar a melhor filme internacional... É um filme que possui vida, pulsação e, sobretudo uma bela e edificante poética em tempos tão complicados... a modernidade moderada e necessária adotada pelo diretor nos alimenta e nos faz refletir questões políticas, de valores e sobretudo, de integridade. Obrigatório!!!

Nos cinemas a partir de 5 de dezembro.

 

Ficha Técnica:

Título; O Conde de Monte Cristo

Direção e Roteiro: Matthieu Delaporte e  Alexandre De La Patellierè

Elenco: Pierre Niney, Bastien Bouillon, Anais Demoustier entre outros

 

 

 

 

 

 

 

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