quarta-feira, 24 de maio de 2017





INSEPARÁVEIS


Tenho lá minhas restrições a releituras, a maioria, na minha humilde opinião são desnecessárias e pecam pela coragem, verdadeira artilharia de tiros no pé... Deve-se, mais uma vez, na minha opinião se rever uma obra se algo se tem a acrescentá-la, melhorá-la, ou até mesmo, alterá-la... Fui ver INSEPARÁVEIS de coração aberto e esperançoso de que uma destas premissas fosse o ponto... A versão argentina para INTOCÁVEIS, é dirigida por Marcos Carnevale, com Oscar Martinez e Rodrigo de la Serna... Difícil de ver uma refilmagem evitando comparações, o que de fato é necessário para se fazer uma correta avaliação... A versão argentina não acrescenta muito a versão francesa, complicado encarar o grandalhão Omar(negro, que aí já oferece um diferencial) e sua química inusitada com François Cluzet, no entanto a dupla do argentino também tem seu charme especial, também tem lá seus achados... Talvez na atuação do Oscar vejamos alguns maneirismos pela limitação física que o personagem lhe impõe, restando-lhe apenas as expressões faciais, o que não ocorre com o Rodrigo que compõe um personagem carismático e cativante... Há uma certa estranheza em algumas situações e soluções cênicas basicamente semelhantes, são poucas as opções encontradas pela direção deste argentino buscando uma diferenciação e preservando o sentido... Não arriscou muito, preferiu a zona de conforto. Destaco aqui a trilha sonora, que neste argentino é bem mais melódica, até mesmo mais apelativa... O que não a faz menos bela... Talvez por ser o fenômeno que foi na frança e no resto do mundo, esta película tenha sido objeto de releituras, como a próxima(americana) que veremos em breve... Creio que só temos a ganhar ao termos acesso a diversos e competentes pontos de vista, cada um a seu modo, com sua contribuição.. Uma forma de universalizarmos pontos de vista de uma mesmo tema, sentimentos e atuações brilhantes de equipes sérias que se propõem a contar uma mesma história com o melhor de si. 
Vejam sem ímpetos maiores de comparação(é possível sim), as atuações já valem por si só... O cinema argentino tem nos brindado com grandes surpresas, ainda que muito aquém, no quesito diversidade de atores, ainda é um grande polo produtor, com esmero e qualidade... Isso não é pouca coisa não, em meio a tanto lixo, de uma desenfreada produção americana, é para se aplaudir de pé

segunda-feira, 22 de maio de 2017


CORRA


.... Literalmente pra ver esse filme!!

Se tivesse me detido ao cartaz, certamente não teria ido ver esta pequena obra do iniciante em longa Jordan Pelé, um achado ... Roteiro bem construído e amarradinha, onde
a atenção é sempre necessária, principalmente em função da riqueza e sutileza de detalhes, Peele nos brinda com uma história questionadora e original ... Questionar o preconceito racial num filme de terror poderia ser uma armadilha é uma possível transformação num "Terrir", o que está longe de acontecer aqui, ainda que lançando mão das cenas protagonizadas pelo LilRelHowery, que nos oferece momentos leves de momentânea descontração em contraponto a tensão da narrativa. Não convém aqui citar detalhes ou até mesmo o conteúdo da historia... O choque com o adentramento ao universo ali nos apresentado faz parte do pacote para a viagem proposta pelo diretor... Elenco competente e bem dirigido, trilha pertinente e perturbadora aliados a uma fotografia igualmente caprichada, fazem deste um dos melhores filmes deste ano nos apresentado até aqui, um sopro de vida e renovação num gênero já esgotado à exaustão e, porque não dizer frequentemente repetitivo e morno...
Uma dica: Fique atento aos detalhes, nenhuma pista ou pequenos atos, como sempre mostrado nos grandes filmes, estão ali por mero acaso. Dádiva dos grandes e inspirados roteiros, terão sempre um alinhamento e justificativa plausível até o final!
CORRA... Vale a pena!