ENQUANTO ESTIVERMOS JUNTOS
Pelicula baseada em fatos verídicos narrados no livro homônimo, conta a história do casal que se conhece na faculdade onde brota uma paixão e logo em seguida passam a conviver com o fantasma da doença dela que amparada pela fé e música dele compartilham uma tortuoso caminho...
Apesar
de ser inspirado em uma história verídica, densa, sofrida, enfim, um verdadeiro
drama, a direção, nem sempre segura
de Andrew Erwin e Jon Erwin, driblam um pouco o viés comum do dramalhão no entanto
ainda assim, não evitam por completo alguns pecados pontuais. A primeira hora é
meio complicada, e até mesmo não estimula muito. Uma narrativa fria, por vezes
didática e desprovida de maior intensidade nos apresenta dois núcleos básicos,
sem maior aprofundamento ou ate mesmo desenvolvimento pertinente o suficiente
para justiçar seu viés dramático, apesar de conteúdo: O universo de Jeremy,
irmão de um garotinho especial e sua abrupta saída de casa para cursar
faculdade é rápido e resumidamente frio, assim como seu primeiro contato com
Melissa e o brotar da paixão entre eles que não só poderia, mas deveria ser de maneira
avassaladora, até mesmo para justificar o calvário que se torna a vida
compartilhada após a descoberta da doença dela... Com claro viés
religioso, inclusive outro pecado do roteiro, as falas e citações que acabam
por se tornar o lugar comum na vida dos dois e na relação deles com seus núcleos
familiares e até mesmo os fãs do Jeremy, são frias, as cenas são meio que
gratuitas e por vezes desconectadas... A sensação de uma sessão da tarde gospel
ronda cada minuto... Passada essa primeira fase do encontro e frio
encantamento, a doença de Melissa chega e com ela sim, o filme ganha um arco
dramático mais delineado, apesar da performance apenas regular do KJ Apa
que nos brinda com um Jeremy
atormentado mas nem tão sofrido e abalado como a situação requer... Já Britt
Robertson tem uns momentos de forte apelo dramático uma vez centro da narrativa
e real condutora do elenco... Grata surpresa, Gary Sinise faz um pai(Jeremy)
morno e meio deslocado, não compromete, mas soa apenas regular.
No computo geral ENQUANTO, cumpre sua função enquanto narrativa apesar do pecado no quesito fluidez, a narrativa apressada nos priva de um maior encantamento entre os protagonistas, de maior envolvimento com trama e posterior arrebatamento. Melodrama onde a doença terminal é o mote principal já tivemos aos montes, para todos os gostos, com esse viés religioso e essa abordagem onde o amor e a fé, assim como a música como aliada é novidade, que melhor poderia ser aproveitada e desenvolvida. Vale uma conferida pelo seu aspecto edificante e sua mensagem positiva, ainda que a partida antecipada e dura seja difícil de ser assimilada e aceita... Narrativas baseadas em fatos verídicos são sempre bem vindas e trazem consigo muito das mensagens em favor de um mundo melhor e mais humano, ainda que duras e tristes... Em tempos estes, de realidade sombria, acaba por nos deixar uma lição de empatia, amor, fé e sobretudo força do poder da arte, neste caso especifico, a música.
Ficha Técnica:
Crítica: Enquanto Estivermos Juntos
Gênero: Romance
Direção:Andrew Erwin e Jon Erwin
Roteiro: Madeline Carroll, Jon Erwin, Jon Gunn
Elenco: KJ Apa, Britt Robertson, Shania Twain, Melissa Roxburgh e Gary Sinise.
Em cartaz desde 19.11.2020